"Os próximos anos vão ser mais difíceis do que se esperava", disse Vítor Constâncio. Para o Governador do Banco de Portugal, atingir a meta de um défice inferior a 3% até 2013, "vai agora ser mais difícil", depois de no ano passado este ter subido para 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Constâncio admitiu que não esperava este resultado e isso reforça a necessidade de serem tomadas medidas adicionais, o que já tinha defendido anteriormente.
Quem anda por aí e está atento aos pequenos sinais sabe que o que se vê é, em muitos casos, sustentado, apenas, pelo crédito. Muitas das pessoas habituaram-se a um nível de vida que já não é compaginável com o seu nível de rendimentos. Esta crise mundial, com impacto profundo na nossa economia, está a contribuir para que essa percepção seja mais nítida. E se alguns, com consciência deste facto, arrepiam caminho, reformulam o seu estilo de vida e elegem a poupança como necessidade prioritária, outros julgam que os rendimentos reais podem subir em resultado do barulho mediático que procuram fazer. Esquecem-se que o patrão enferma dos mesmos problemas. Tem andado a gastar mais do que o devia e, agora, também, não tem quem lhe continue a financiar os défices recorrentes e, por isso mesmo, não tem outra alternativa que não seja a de conter despesas. E é bom que o faça, sem hesitações, para bem de todos. A não ser assim, as próximas gerações não vão viver pior que as actuais, vão viver muito pior.
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