Os professores e a aprendizagem permanente

Publicada por José Manuel Dias


Todas as mudanças encerram sempre um certo grau de dificuldade que é tanto maior quanto menos estamos identificados com os procedimentos necessários à concretização dos novos objectivos. Não se estranha, por isso, que existam pessoas que vêem nas dificuldades dos outros uma boa oportunidade de negócio. É assim que o mercado funciona. O saber de alguns que investiram tempo e dinheiro na sua formação, é posto ao serviço de todos que estão dispostos a comprar o serviço. Ora como é consabido o Governo definiu como uma das metas prioritárias do seu programa de Reforma da Administração Pública, a avaliação do desempenho individual e das organizações públicas, logo as Escolas e os professores vão, também, ser objecto de avaliação. Compreende-se, assim, a razão de ser desta acção de Formação - Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente - e que tem entre outros propósitos:
- Enquadrar a avaliação do desempenho dos docentes dentro dos contornos da presente legislação;
- Treinar a montagem de um sistema de avaliação do desempenho, incluindo a definição de objectivos, de forma prática e clara, obedecendo aos requisitos definidos superiormente;
- Analisar os vários níveis da avaliação do desempenho e o que pode diferenciar cada um desses níveis.
Ao que sabemos a procura é grande. Os professores sabem que a aprendizagem deve ser permanente e que o exemplo que dão é um bom indicador para os seus alunos. Os tempos são de exigência. Não se entende, no entanto, que o Ministério de Educação não tenha já disponibilizado formação neste domínio a todos os professores domínio, em regime de e-learning. Ganhariam todos: professores, alunos, ministério e contribuintes.

3 comentários:

  1. Cleopatra disse...

    "Os professores sabem que a aprendizagem deve ser permanente e que o exemplo que dão é um bom indicador para os seus alunos. "

    Concordo.
    As exig~encias devem ser para alunios e professores.
    ~Ultimamente para meu grande espanto, venho notando que professores exigem muito e dão pouco.
    Que os professores são cada vez menos formadores
    Que os nossos filhos passam mais tempo com eles e que me parece estar a ser um pouco arriscado deixar por mãos alheias o que é meu.
    É que cada vez há menos vocação no exrcício da profissão.
    E cada vez mais vejo menos atitudes positivas da parte de quem forma.
    Ando a ficar desilududa com um grupo que eu idolatrava!

  2. Filipe Silva disse...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
  3. Filipe Silva disse...

    Em todas as profissões deparámo-nos com “bons” e “maus” profissionais. Infelizmente concordo com a Sra Cleopatra, quando a mesma afirma estar a ficar desiludida com o grupo profissional de professores. Começa a ser evidente em demasia o que afirma: “É que cada vez há menos vocação no exrcício da profissão.” “E cada vez mais vejo menos atitudes positivas da parte de quem forma.“ Parece-me que realmente, por muito que se esforcem, muitos estão a chegar à exaustão e estão a ceder onde não deveriam ceder! Na leccionação das aulas, no relacionamento com os seus alunos/formandos, em detrimento do cumprimento de toda uma burocracia, reuniões e confusões [relatórios, leis, despachos, (des)orientações, ….] que têm vindo a surgir a um ritmo vertiginoso como necessidade de resposta às imposições e pressões por parte de quem acima deles está. É efectivamente uma má consequência que está a decorrer do ambiente atribulado que existe actualmente no ensino educativo português.
    Sou um professor dedicado, onde trato cada aluno/formando como um ser humano e pelos quais tenho extrema consideração. No entanto, também sou um humano, e como humano tenho limites! Tento dar o meu melhor, tenho dado mais de mim, mas temo que seja menos (em qualidade) do que dava antes…
    Um pouco do que tenho dado pode ser visto no blogue que criei e mantenho, onde os alunos participam (por sugestões que dou em aulas, ou por iniciativas próprias) e acompanham as novas tendências sociais e tecnológicas. Tento estar na “frente” das aplicações/serviços que eles usam na internet (redes sociais, blogues, etc) e integrá-las na forma de transmissão do conhecimentos, dessa forma sentem-se mais motivados e por outro lado ajudo-os a fazerem o melhor uso das mesmas (não só por divertimento, nem sem regras de valor)…. mas é extremamente exaustivo (e mais sujeito a falhas) de o fazer no ritmo de mutação que o ensino educativo e a sociedade está a sofrer.